CONDIÇÕES DA CONCENTRAÇÃO E DA OBSERVAÇÃO
Taisen Deshimaru Roshi - Do livro: La Pratique de la Concentracion
Durante os primeiros minutos de zazen, o
cérebro é semelhante a uma janela aberta pela qual sopra uma forte corrente de
ar; os pensamentos se sucedem sem cessar. Depois com o prolongamento da prática
a corrente dos pensamentos decresce e depois para. Quando o vento para de
soprar, encontramos a calma, o cérebro se torna um lugar tranqüilo. É muito
difícil criar e manter um estado de consciência justo.
A extinção do pensamento instaura
o estado de concentração [shi]; pela concentração nossa mente torna-se
calma.
Todavia, essa condição da mente
não define por si só o verdadeiro Zen. A simples cessação do
pensamento, com efeito, constitui apenas um aspecto da verdadeira condição de zazen e
conduz a um estado de sonolência chamado [kontin]; a mente não pode manter o
estado de vigilância que requer um certo estado de tensão da consciência e
necessita uma atividade.
Por isso Dogen disse: "é
preciso pensar do fundo do não pensamento".
Esta vigilância ativa é a
observação [kan], a Segunda componente da condição de zazen; [shi]
e [kan] associados dão a atitude correta da mente durante zazen;
produzidos simultaneamente, eles são a expressão mais elevada da consciência,
que é chamada [hishiryo], pensamento absoluto, além do pensamento.
Mas nos primeiros tempos de zazen,
antes de chegar a esta condição perfeita da consciência, o estado de
concentração e o estado de observação se sucedem alternadamente.
A Concentração sozinha, como
vimos, conduz a um estado de obscurecimento da consciência, tal como uma vela
que se consome e se apaga.
Para não se cair totalmente na
sonolência, devemos começar a praticar a Observação; esta constitui o despertar
da consciência desde o subconsciente; os pensamentos são encaminhados até a
consciência e observados por ela; quando o pensamento brota logo desaparece
imediatamente, a observação que daí resulta é chamada [vicara] em
sânscrito; trata-se duma "observação clara", instantânea; mas quando
o pensamento permanece, a Observação se prolonga igualmente, esta é chamada de
[vitaka]. Uma persistência muito longa do estado de observação conduz à
consciência [sanran], consciência agitada e dispersa; o vento dos
pensamentos sopra de novo violentamente e perturba a luminosidade estável e
doce que emanava da flama. Neste momento, é preciso deixar qualquer pensamento,
e conduzir seu espírito ao estado de Concentração.
Assim se forma o ciclo da
Concentração e da Observação.
Podemos desde já concluir que é
muito difícil criar e manter um estado de consciência correto: o prolongamento
do estado de Concentração conduz ao estado de [kontin], o prolongamento
do estado de Observação, ao estado de [sanran]. Como resolver esse
dilema? É um koan.
Dogen respondeu por [hishiryo]
o outro lado, além do pensamento - Para se chegar a esta consciência absoluta,
é necessário previamente deixar claro os métodos apropriados para aí chegar. O Zen
ensina três métodos de Concentração. E dois de Observação.
1. - A CONCENTRAÇÃO
Entrando no [dojo], a
mente está ainda impregnada de agitação e de solicitações que suportamos no
mundo exterior. Assim, desde que nos sentamos em zazen, esta
agitação gravada em nosso ser tende a ressaltar por ondas desordenadas, o
problema reside no fato que, para os principiantes sobretudo, a consciência tem
tendência a se ligar, a se enganar por essas ondas de agitação.
Então é necessário praticar a
concentração.
A - PRIMEIRA FORMA DE
CONCENTRAÇÃO consiste em colocar sua mente sobre a linha vertical fictícia
que liga o nariz ao umbigo, quer dizer que é preciso estar atento em guardar a
retidão exata da postura, retidão que atesta o estado de concentração e de
vigília. Para ilustrar esta atitude mental, os Mestres têm seguidamente
recorrido à imagem de um macaco preso a uma estaca, onde o macaco é a mente
agitada, e a estaca, é a postura rigorosamente direita.
B - SEGUNDA FORMA DE
CONCENTRAÇÃO consiste em deixar passar os pensamentos, em se desviar
da sua aparição, em deixá-los desde que nos apercebamos de que nós estamos
imóveis.
C - TERCEIRA é a mais
difícil, ela corresponde à realização imediata de nossa verdadeira natureza,
que não tem substância própria. Da compreensão última desta noção brota o
despertar supremo. Esta é a certificação última do fim da ilusão dualista: o eu
é inacessível, pois ele é sem substância; se bem que ele exista, é sem
realidade. Vazio [ku].
Assim não podemos agarrar nossa
mente que não tem substância própria. [Shin fuka toku]. "Minha
mente é inapreensível" é a resposta famosa de Eka a Bodhidharma.
Não é pois, mais necessário
agarrar, controlar, acalmar, pacificar; é suficiente deixar passar as ilusões,
deixá-las desaparecer por elas mesmas, e, portanto, de se conformar à ordem
cósmica e de deixá-la trabalhar. A concentração se estabelece então sem
esforço, inconscientemente, naturalmente, automaticamente, pois todo dualismo
se extingue na unificação da mente com a mente. Nesse estado, não resta mais
traço da menor sombra de discriminação, porque a mente não se objetiva mais,
não se vê mais a si mesma.
Este é o estado chamado Nirvana,
a extinção total de toda forma discriminada no UM absoluto.
Quando eu era principiante no
Zen, eu me concentrei exclusivamente em zazen, quer dizer sobre a
postura correta da qual depende o estado de concentração correto. Mas
compreendi em seguida que o verdadeiro zazen não residia
unicamente na atitude concentrada da mente e do corpo: a verdadeira condição da
mente que deve resultar da prática de zazen é ao mesmo tempo
concentração subjetiva e observação objetiva. Essa condição de observação
coloca um problema difícil porque ela conduz rapidamente o praticante
{sobretudo se ele não tem um longo hábito do zazen} a uma atitude
dispersa da consciência; mas de outro lado, esta condição de observação é uma
necessidade, porque, desde o cessar do pensamento consciente, o subconsciente,
não estando mais embaraçado pelas barreiras da consciência, se mostra
livremente; por outro lado, a observação do subconsciente que desfila diante do
olho da consciência conduz à compreensão verdadeira, quer dizer não
intelectual, desse subconsciente; essa compreensão, direta, intuitiva,
imediata, é a condição requerida para que surja a autêntica sabedoria [prajna]
que se manifesta progressivamente através da consciência [hishiryo].
Esta consciência [hishiryo]
é a atitude a mais justa da consciência e seu degrau supremo da realização,
nela estão contidos ao mesmo tempo a Concentração Perfeita e a Observação
Ilimitada e imediata do Todo.
A sabedoria infinita e o espírito
de grande compaixão que são aí manifestados se prolongam na multiplicidade das
ações de nossa vida: atividades, comportamentos e atitudes do corpo, da palavra
e da mente, que atestam muito precisamente o grau de despertar da consciência.
De outro modo, a totalidade de
nossas ações cotidianas constitui elas mesmas terreno de treinamento de nossa
consciência na prática da concentração e da observação.
Todavia, zazen continua
a ser o lugar onde a experimentação é mais lúcida e mais intensa, permitindo a
concentração se suceder a observação desde que esta se torne excessiva e falsa
e inversamente, até a obtenção da harmonia perfeita das duas, unidas em [jo-e],
a sabedoria [e], na serenidade [jo].
2 - A OBSERVAÇÃO [KAN]
Dogen escreveu no Fukanzazengi:
"Pense do fundo do não
pensamento".
Esta frase explicita o estado de
observação de zazen, e complementa aquela que exprime o estado de
concentração
"Não pensar do fundo do
pensamento".
Quando durante zazen os
pensamentos se elevam do subconsciente e afloram na consciência, a mente
mergulha em um estado de dispersão e agitação, que a prática da observação é
então requerida, visando anular as perturbações engendradas na consciência.
Esse método de observação é
composto por duas técnicas:
observação relativa, e observação
direta.
A - OBSERVAÇÃO RELATIVA
Ela mesma tem dois aspectos.
- A observação das impurezas, e das manchas
[fukojan] em japonês. O sutra de Hannya
Shingyo
(O Sutra do
Coração) diz que não há nem impurezas, nem beleza nem feiúra, nem mal nem bem.
Estas afirmações situam a
natureza dos fenômenos na unidade absoluta indiferenciada, e define desse modo
a percepção unitária não dualista.
Na época de Budha Shakyamuni, era
corrente praticar a meditação próximo a cadáveres. A finalidade dessa prática
era conduzir a consciência a uma visão mais correta sobre a natureza das
existências, que define [mujo], a impermenência. Esta noção de impermanência é
de muita importância porque ela define implicitamente a natureza não
substancial de todas as coisas.
Todas as existências, sensíveis e
não sensíveis, sofrem as transformações engendradas pelo tempo. Assim devemos
não considerar os fenômenos sob seu aspecto atual e momentâneo de beleza, de
bondade, ou de pureza, mas considerar também seu aspecto contrário,
potencialmente contido no aspecto atual. Deve-se considerar a impermanência de
todas as coisas, seu nascimento, sua degeneração, e sua morte, seu
desenvolvimento e sua putrefação.
- A observação direta [shokan] em
japonês.
Esta é a essência de zazen, a
forma de observação que vou analisar para vocês após minhas experiências.
A observação direta se confunde
com a grande sabedoria que permite ver o aspecto real de todas as existências
que são [mujo], impermanentes.
Na vida, nossa consciência está
continuamente em movimento, solicitada por nossas próprias atividades
interiores, e os múltiplos elementos exteriores. Por ela tomam forma as
miríades de fenômenos aos quais ela empresta uma realidade estável, durável e
substancial. Essa forma de consciência é chamada [nem], palavra que traduz a ideia
da brevidade do instante; em outros termos, trata-se da consciência aprisionada
no tempo, que não tem outras visões senão estas, todas relativas, se
apresentando a ela no instante.
Ao contrário, a consciência que
compreende intimamente [mujo] a impermanência se situa no não-movimento; ela
está vazia de todo pensamento, não está submissa a nenhum elemento nem a nenhum
aspecto, nem a nenhuma forma produzida pelo corpo, pelo pensamento ou pela
palavra, e não acredita mais em nada dessas discriminações.
Ela está em [ku] vazio, é [ku]
ela mesma, vacuidade absoluta.
Como temos visto precedentemente,
na unidade reencontrada que anula toda discriminação, o espírito não se
reflete, a mente é, inconscientemente, sem se ver. Então aparece o fundo do
problema. Qual é a mente que se manifesta?
Falar de manifestação subentende
a noção de tempo, orientado no sentido do passado para o futuro.
Ora, se a mente se manifestou no
passado, o passado já findou, a mente não existe mais. Se ela se manifesta no
presente, o presente sendo fugaz, inapreensível, a mente é identicamente
inapreensível. Se a mente deve se manifestar no futuro, o futuro ainda não
tendo chegado, a mente ainda não existe. Também é dito que da mente que ela é
[fukatoku], totalmente inacessível, não manifestada no tempo, transcendência e
potencialidade eterna.
Se considerarmos o tempo como uma
sucessão de instantes presentes cuja característica é desaparecer logo que
aparecem, podemos conceber da mesma maneira a manifestação fugidia da mente.
Mas se tentamos então observar a mente que se manifesta, esta desaparece desde
a primeira intenção de reflexão. Ela realmente existe?
Podemos dizer que ela é, de
maneira eterna, em um presente sem cessar em movimento. Ela não reveste por si
mesmo o aspecto do presente fugidio, aparecendo e desaparecendo; mas as
existências, forjadas nos limites do tempo, são investidas da natureza da
mente.
Durante zazen, a mente serena que
se estabelece não pode, do mesmo modo ser observada. Ela é, muito simplesmente.
Desde que tomamos providências no sentido de querer vê-la, um fosso
incomensurável separa esta intenção da mente que existia e que desapareceu.
Podemos então perguntar o que
ocorreu na origem desta intenção que conduziu à ruptura por discriminação.
Em um tempo infinito, o instante
de um clarão para nossa consciência a mente se ensimesmou: ela se encerrou em
um espaço fechado, agora a relação potencial com sua natureza infinita e
ilimitada, mas impedida momentaneamente de qualquer mudança. Para que reapareça
sua verdadeira natureza, o entrave deve ser afastado.
Assim é dito que é preciso pensar
do fundo do não-pensamento. É chegar à verdadeira mente, inconscientemente,
naturalmente, pela concentração profunda de zazen.
3. - O MÉTODO TRIPLO
Retorno mais detalhadamente sobre
os métodos que devem conduzir o praticante ao justo estado de concentração e de
observação.
A - MÉTODO PARA DESTRUIR OS
EFEITOS DE [SANRAN] E [KONTIN]
SANRAN, define a mente flutuante
errante, sonhadora, presente.
KONTIN, a mente que se obscurece
e tomba na sonolência.
A mente de [sanran] nasce a
partir do movimento afluente dos pensamentos. [San], significa estar distraído
ou disperso. [Ran], estar na confusão. Quando nossa mente está nesse estado, é
preciso temperá-lo por meio da concentração [shi].
A mente de [kontin] nasce a
partir do estado de não-pensamento, [fushiryo], que ao se prolongar, faz cair a
mente no estado obscuro da sonolência, seguida de sono. Neste momento, é
necessário recolocar a mente na vigília por meio da observação [kan].
Em um e outro caso, observação e
concentração devem ser praticadas de maneira apropriada, como a troca que se
estabelece entre o medicamento e a doença.
B - MÉTODO PRÁTICO E
APROPRIADO AO TEMPO E AS CIRCUNSTÂNCIAS
Se vocês sentem que estão caindo
no estado de [kontin], e mesmo tendo recorrido à observação, não conseguiram
clarificar suas mentes, se o método da observação não é suficiente nem eficaz,
então é preferível parar momentaneamente a observação, e substitui-la por uma
concentração apropriada.
Nesse momento, o corpo e a mente
podem se encher de vigilância e de claridade. Nesse caso, vale mais utilizar a
concentração que a observação, mesmo em estado de [kontin],
Se ao contrário, vocês sentirem
suas mentes vagarem e se extraviarem num estado de [sanran], mesmo tendo
recorrido à [sanran], não lograram conduzi-las à uma condição de paz, se o
método da concentração é ineficaz, é melhor parar momentaneamente a
concentração, e substitui-la pela observação apropriada.
Nesse momento, seus corpos e suas
mentes podem se encher de tranquilidade e paz. Nesse caso, é preferível
utilizar a observação, mesmo em [sanran].
C - MÉTODO PARA ESTABELECER O
VERDADEIRO ESTADO DE SAMADHI PELA EXTINÇÃO DAS IMPRESSÕES SENSÍVEIS.
Pela extinção dos estados
perturbados de [sanran] e [kontin] - segundo os métodos de concentração e
observação descritos acima - a condição de samadhi pode
aparecer: esta condição é o estado de concentração perfeita mantida pelo
despertar total da mente, após a extinção momentânea de todas as formas de
impressões inerentes a nossa consciência discriminatória e dualista; essas
impressões são, todavia, suscetíveis de reaparecer a qualquer momento. Também o
estado de samadhi é um estado delicado e muito sutil. Se com
efeito nós não chegamos a compreender profundamente, com a totalidade de nosso
ser, que esta condição delicada de samadhi não é verdadeira
nem falsa, mas transcende a toda visão dualista, e que, em seguida nos
apeguemos a um dos aspectos benfazejos dessa condição - serenidade e alegria profunda;
então nascerão na consciência impressões apreciativas, que, por seu caráter
discriminativo, nos afastarão bastante dessa condição. Mas se, inversamente, a
compreensão absoluta nasce conjuntamente, pela fusão íntima de todo nosso ser
com a condição de samadhi , esta se perpetuará naturalmente.
Por esta compreensão além de toda discriminação, não se elevará mais em nossa
mente nenhuma ilusão (de verdadeiro ou falso, de contentamento ou de temor, de
amor ou de rejeição) originada de nossas opiniões apreciativas [ken].
Esse estado é chamado igualmente,
estado de concentração.
Assim, para se desfazer de toda
forma de impressão que nasce em razão da força de apego ao karma profundo
dos [bonnos] (ações falsas do corpo, da palavra e da consciência) e nos enganam
na discriminação, na apreciação e nos preconceitos, é requerida a objetivação
consciente desses [bonnos] e dessas impressões por meio da observação vigilante
e imparcial.
Então se desprende como casca
velha de madeira todas as formas de apego ao karma. Esse
método é igualmente chamado método da observação, e por ele pode ser instaurado
o estado de concentração perfeita do samadhi.
Pela aparição harmoniosa da
sabedoria, o "kanji" [jo], que corresponde ao termo sânscrito samadhi, designa
o estado daquele que está estabelecido, fixo, imóvel e pacificado. O
"kanji" [e] define a sabedoria, que nasce da compreensão íntima e
profunda, intuitiva, imediata do todo. Nisso ela difere fundamentalmente do
sentido que lhe é ordinariamente atribuído no vocabulário europeu (ocidental),
e que faz referência à forma de sabedoria procedente da epistemologia, e, pois,
limitada ao raciocínio. Esta é chamada [ninshiki-eki] em japonês.
Se, durante zazen, podeis entrar
em samadhi, no meio do absoluto não-pensamento, isso não significa,
portanto, que a sabedoria se manifestará simultaneamente. Nesse caso, se bem
que o samadhi seja imobilização serena da mente, ficamos
imobilizados somente na ignorância despida de profunda sabedoria. Assim é
preciso que seja criada a sabedoria [e]. Se esta nasce do conhecimento saído da
simples observação, ela permanece estreita e restrita só as conjecturas tiradas
dos dados desta observação. É preciso pois que [e] apareça, sempre no meio da
atenção, mas no estado de samadhi onde a consciência não está
absorvida por um dado discriminatório, mas concentrada sobre a totalidade, em
união com o todo. Nesse caso, a observação percebe de maneira global e a
sabedoria se torna onisciente, universal e infinita. Inversamente, se durante
zazen chegamos à sabedoria profunda (prajna, em sânscrito), através do estado
de observação nascido do pensamento absoluto, isso não significa que chegamos
simultaneamente ao perfeito e tranqüilo estado de samadhi. Nesse
caso vossa sabedoria, se bem que clara e profunda, não conduziu à serenidade;
faltando a estabilidade do samadhi, ela se dispersa em
múltiplas direções onde se agita vossa consciência.
A sabedoria [e] capaz de observar
[ku] vacuidade e [muso] o não-aspecto se não for acompanhada da serenidade do samadhi, é
uma sabedoria falaciosa que conduz à loucura, assim, para que apareça o estado
mental justo no zazen, deve se estabelecer na consciência, juntamente com a
sabedoria, a condição de samadhi. Vemos, pois, aí ainda que
concentração e observação são duas atitudes fundamentalmente complementares,
cuja união conduz à autêntica sabedoria profunda na quietude do samadhi. Nesta
condição harmoniosa do espírito, todas as formas de [bonnos] podem ser cortadas
e o último ideal espiritual