quinta-feira, 20 de agosto de 2020

KARMA: eles merecem? - Ajahn Santikaro

 



KARMA: eles merecem?

(Reflexões sobre o atentando ao World Trade Center)

Por Ajahn Santikaro

Tradução: Centro Buddhista Nalanda

Traduzido por Samuel Cavalcanti - 2005


Muitos budistas tratam os ensinamentos sobre o karma como se eles fossem algum tipo de verdade absoluta. Várias noções e crenças relativas ao karma são tomadas tal como foram dadas, sem muito questionamento. Elaborações são feitas a partir de tais crenças e confusões acerca do lugar que o karma ocupa no seio do Buddha-Dhamma. Às vezes, isso envolve um erro deletério. No caso da tragédia do 11 de setembro, tais erros se tornaram prejudiciais. Assim, eu gostaria de considerar os ensinamentos acerca do karma à luz desta situação.

Este ensaio é endereçado aos buddhistas. Se eu estivesse falando para uma audiência de não-buddhistas, como o público em geral, eu não usaria explicitamente a palavra “karma” - a cultura popular já está confusa demais acerca do significado deste termo. Neo-buddhistas soltam-no por aí sem saber da tradição, aumentando a confusão. Usando-o no presente contexto, tornam-se possíveis muitos mal-entendidos. O Buddha-Dhamma oferece importantes abordagens sobre esta situação. O uso descuidado da linguagem e a repetição impensada de termos buddhistas não irão captar estas perspectivas de uma maneira significativa.

Da maneira como eu entendo, a mensagem básica dos ensinamentos budistas acerca do karma é que:

- Nossas ações têm consequências (vipaka);

- Nós escolhemos nossas ações de acordo com uma motivação (cetana);

- O caráter da motivação determina o caráter do resultado ou das consequências;

- Nós somos responsáveis pelas nossas ações e suas consequências;

- Nossas escolhas determinam subjetivamente nosso mundo.

Estes princípios acima levantam questões relativas aos acontecimentos recentes. Quais são as motivações dos sequestradores, dos seus apoiadores e líderes, dos nossos governos, da mídia, dos cidadãos comuns etc.? Que consequências seguirão para os envolvidos? Qual será o caráter de tais consequências – bom, mal ou misto? As pessoas presentes nas torres do WTC, e outras vítimas de crimes terríveis, são elas mesmas responsáveis por esses crimes e pela própria vitimização? De que modo somos responsáveis, se tanto, pelo que aconteceu em 11 de setembro e os eventos que se seguiram?

Antes de considerar tais questões, vamos revisitar a visão tradicional. Segundo ela, renascemos neste sansara devido ao karma passado (não que o Buda tenha algum dia usado o termo “karma passado” neste sentido tradicional). Através de nossas escolhas, nós nos reinventamos constantemente no interior de um sistema governado por ignorância, desejo e apego. Ignorância significa que não vemos nenhuma alternativa ou não sabemos como realizá-la quando vislumbramos alguma possibilidade. Desejo significa o auto interesse em buscar o que eu gosto e evitar o que não gosto. Apego é a avidez no sentido de “alguém”, do “agente”, o “Eu”, que se move por tudo isso. Isto cria as condições para que o “fluxo de consciência” continue após a morte de um corpo particular e busque uma nova estrutura física através da qual veicular seus desejos e ego-projeções até que a ignorância cesse.

Aplicada aos crimes de 11 de setembro, nós devemos observar que, através de buscas pessoais muito comuns e humanas, muitas dezenas de milhares de pessoas escolheram estar no WTC no dia 11 de setembro. Por quê? Motivações como ganhar a vida para sustentar a família, busca por carreiras estimulantes, busca de riqueza e, talvez, poder, encontrar um amigo para um passeio turístico, atração pelo prestígio do lugar, querer estar no coração do sistema econômico mundial e perto do poderio econômico da América e, finalmente, o desejo de ajudar os outros (por exemplo, os bombeiros). Uma mistura dessas motivações todas, e outras ainda, trouxe mais de cinquenta mil pessoas ao WTC naquele dia.

Mais de cinco mil dessas pessoas morreram lá. Elas escolheram isso? Acho que não. A visão tradicional buddhista não desce a tal nível de detalhe. “Formações kármicas” são cumulativas, não uma causação direta de um para um – para não falar de determinismo simplista. A perspectiva clássica é que escolhemos nascer neste mundo, o que eventualmente significa que iremos morrer. Isto não significa que o karma irá determinar o modo como iremos morrer, onde e quando. Tais detalhes são complexos e envolvem muito mais do que nossos “acúmulos kármicos”. Por exemplo, para usar uma formulação tradicional, a causalidade do mundo físico, como o clima; a causalidade do mundo botânico; a causalidade dos processos mentais; e a causalidade do Dhamma.

Karma é apenas uma forma de causalidade dentre estes cinco niyamas (ordens naturais).

As pessoas estavam no WTC devido às suas escolhas e isto as colocou no caminho do perigo, assim como permitiu certas oportunidades e benefícios. Alguns dos perigos que suas carreiras profissionais, e outras escolhas mais, trouxeram para elas mesmas são:

- Os perigos de viver, trabalhar e viajar numa cidade grande;

- Os perigos de trabalhar em grandes arranha-céus;

- Os perigos de estarem enredadas dentro do sistema econômico mundial;

Os perigos de estarem perto demais do coração de tal sistema (o qual muitas pessoas, correta ou incorretamente, culpam por seu sofrimento);

A vida é perigosa e alguns lugares e modos de vida são mais perigosos que outros. Agora mesmo, Kabul é bastante perigosa. Parece-me que Manhattan é mais perigosa que o lugar onde tenho vivido. Mas nenhum lugar neste planeta – no interior deste sansara – está a salvo do perigo. Em poucas palavras, a perspectiva buddhista é a de que nós temos alguma responsabilidade por aquilo que encontramos, seja perigoso ou feliz. Isto não significa que nós causamos estes perigos ou somos culpados por eles. Afinal, existem perigos em toda parte (mesmo no amor), entretanto, ilusões, recusas e repressão frequentemente os velam. Todavia, são esses envolvimentos que usualmente tendem a perpetuá-los.

As coisas neste mundo têm as suas linhas causais e é possível que, de algum modo, estejamos mais ou menos conectados a elas. Nós não precisamos, entretanto, assumir que as conexões sejam próximas. Às vezes a conexão apenas aconteceu e não devido, necessariamente, a conexões diretas prévias. Tenham cuidado com o pensamento karma- pop que, de maneira simplista, diz que cada acontecimento feliz provém de alguma conexão kármica anterior - por exemplo, que encontrar um(a) cônjuge particularmente desejável seja resultado de relacionamentos em outras vidas. Por favor, pensem em tais ideias de maneira muito cuidadosa. Isto tudo leva a uma regressão sem fim a um profundo e infinito passado. Antes que vocês se deem conta, vocês terão se fechado em um tipo de sinuca de bico cósmica desde um tempo sem início.

Aqui, seria sábio relembrar que o Buddha incluiu o kamma-vipaka entre os quatro imponderáveis (acinteyya) que transcendem o poder do pensamento e, por essa razão, não deveriam ser ponderados. Os outros três são: o alcance, a sabedoria e os poderes da mente do Buddha; o alcance dos jhanas; e a especulação sobre o mundo – eu creio que isso quer dizer que alguém só deve pensar sobre essas coisas de maneira produtiva somente se entender que jamais as decifrará pelo pensamento. Um pouco de pensamento sobre isso pode inspirar e servir de guia de prática espiritual, mas especular somente levará ao transtorno. O Buddha histórico não estava interessado em metafísica e especulação. Tradicionalmente é dito que somente a profunda compreensão de um Buddha plenamente desperto pode penetrar a complexidade e sutileza de tais coisas. O resto de nós deveria ser consciente de nossas limitações.


Quem explodiu as aeronaves contra as torres do WTC?

O karma coletivo das pessoas que morreram no WTC arrastou os aviões para as torres?

Eu pus essas questões de maneira tão grosseira para aconselhar os buddhistas a olharem com muito cuidado para as implicações de seu palavrório kármico. Frequentemente demais, declarações sobre o karma parecem ir muito mais longe do que eu me aventurei a sugerir acima. Por exemplo, não só porque uma jovem tailandesa caminhou num beco escuro, à noite (porque ela sustenta sua família com o trabalho no restaurante que fecha à meia-noite) que, de alguma maneira, ela mereceu ser estuprada. Caminhar na rua à noite teria sido “seu karma”, mas o estupro foi o “karma do estuprador”. De maneira mais ampla nós poderíamos falar de karma coletivo e responsabilidade coletiva de toda a sociedade por todas as condições culturais, econômicas e políticas que permitem o estupro e o faz coisa comum. Ao falar dessa forma, por favor, lembrem-se de que a moça e o estuprador não são pessoalmente responsáveis; eles são meras partes de um complexo de teias de inter-relacionamentos sociais que irradiam responsabilidades em torno de si.

De maneira similar, o karma coletivo (ações) daqueles indivíduos os levou ao WTC no dia 11 de setembro. Não existe nada de misterioso nisso, apenas muitas escolhas e pessoas agindo de acordo com elas (outras escolheram tirar uma folga, ir para o médico, chegar tarde etc.). Além disso, uma grande teia de causalidade e escolha coletiva construiu o sistema econômico global, os mecanismos financeiros e outras coisas que se encontraram no WTC. Uma teia correlata de causalidade e escolha coletiva construiu o moderno sistema de transporte aéreo. Outra teia de causalidade e escolha coletiva se manifestou na política externa dos EUA e em muitas aventuras no exterior...no Islam militante...em atentados suicidas ... em...

Todas essas teias, e outras mais, criaram as condições para a tragédia do WTC. Todavia, nenhum indivíduo gerou isso através de suas escolhas pessoais, nem Osama Bin Laden ou Mohamed At a, nem George Bush.

Os sequestradores fizeram escolhas, mas não teriam podido agir sem outras muitas escolhas, por exemplo, dos instrutores de voo e da indústria da Flórida e de todos aqueles outros que tenham escolhido esse modo de ganhar dinheiro e ser frouxos em matéria de segurança. As empresas aéreas que escolheram maximizar o lucro e tratar a segurança dos aeroportos do modo mais barato possível. Os muito viajantes, como eu mesmo, que valorizam velocidade e conveniência nas viagens. A política econômica ortodoxa que pretende, aparentemente, desregulamentar e privatizar tudo etc., etc.

O que confunde muitos buddhistas neste caso é que tendemos a pensar em karma nos termos de bom ou mal. Tudo bem. Mas quando tentamos aplicar isso a uma causalidade complexa, as distinções entre o que seja bom e mau se tornam cada vez mais complicadas. Em algum ponto essa tentativa falha e aparenta tolice.

Quando o assunto é uma mentira ou roubo individual, o rótulo “mau” pode ser aplicado sem muita ambiguidade. Mas e quando um certo número de banqueiros, correndo atrás de seus próprios interesses (supostamente iguais aos dos acionistas), são seduzidos por maus empréstimos na América Latina, no nível em que o sistema financeiro nacional é ameaçado e o governo federal deve pagar a fiança com dinheiro taxado do resto da população (na qual a parte mais rica paga uma proporção menor dos seus ganhos que a classe média)? Isso é roubo? É mau? É simples?

E o que dizer quando o câncer aumenta na sociedade por causa de complexos processos causais, complicados ainda pela diversidade de muitas formas de câncer? A maioria das pessoas considera o câncer algo ruim. Mas que karma o causou? Alguns de nós culpam os cigarros sem pensar muito. Alguns culpam os pesticidas enquanto outros consideram pesticidas bons, pois mais comida é gerada através de seu uso.

E o que pensar de nosso sistema de transporte aéreo? Muitas pessoas acham que ele é bom porque as leva para onde querem, de maneira mais rápida e fácil que outras alternativas. Ainda hoje, este sistema queima enormes quantidades de combustível que por sua vez poluem os céus. Produtos químicos usados para retirar cristais de gelo das aeronaves e manter limpas as pistas de pouso são bastante perigosas. Aviões, às vezes, caem. Isto resulta ser “mau” para a maioria de nós, mas vinculá-los a maus karma s específicos é um negócio traiçoeiro e, talvez, até imponderável.

Em resumo, se as pessoas que morreram no WTC são, de alguma maneira, responsáveis pelas aeronaves se despedaçarem contra elas, assim somos todos nós. De um modo amplo, todos nós somos responsáveis através de nosso karma coletivo. 


Responsabilidade Kármica pessoal

Se desejarmos observar no nível da responsabilidade individual, então os próprios sequestradores são os responsáveis diretos principais. As suas escolhas específicas e suas ações foram os principais fatores que criaram a morte e a destruição. Depois, mas ainda significativamente responsáveis, vêm os cúmplices, apoiadores conscientes, ajudantes e chefes dos sequestradores. Todos, consciente e intencionalmente, ajudaram e estimularam esses karma s sanguinários. A estrutura das organizações terroristas deve ter selecionado os vários participantes dentre eles, mas também eles conscientemente participaram na preparação de algum ato do terror. (Podemos até supor suas motivações a partir das declarações públicas da liderança da Al-Qaeda, mas permanece difícil saber o que realmente motivou os sequestradores e os outros envolvidos).

A coisa fica mais nebulosa quando nos debruçamos sobre as ligações indiretas. Que dizer dos instrutores de voo que ensinaram os sequestradores a pilotar? Com certeza, nenhum dos instrutores achou que seus estudantes iriam usar aquele conhecimento no intuito de usar aviões para atingir grandes edifícios cheios de pessoas. Mas alguns dos instrutores poderiam ter sido motivados por ganância. Alguns poderiam não ter checado suficientemente os interesses dos alunos. Mas tais checagens não eram obrigatórias por lei, o que traz os legisladores e autoridades para a cadeia de causalidade. Interesses comerciais (ganância) encorajados pela lassidão = mais responsabilidade indireta. Argumentos similares se aplicam à atitude frouxa em relação à segurança da indústria aeronáutica, encorajada pelas atitudes dos viajantes e com a cumplicidade dos burocratas.

Muitas outras áreas podem ser arrastadas para esta teia, como a política de imigração, a política exterior, o comportamento das multinacionais americanas no exterior, o esbanjamento de petróleo, a obsessão americana por carros e muito mais. E, depois, por fim, vêm o resto de nós. Coletivamente ligados, de várias maneiras, mas não direta e pessoalmente responsáveis.


Ser vítima

Ser vítima é algo capcioso. Envolve uma considerável porção de apego ao “eu” e “meu”. Pode envolver o agarrar-se a uma ferida para autodefinição de alguém (Cf. Amos Oz sobre a situação Palestina/Israel). Isto pode ser tanto individual quanto coletivo. Apegar-se e se identificar com ferimento e, injustiças passadas, “o que ele/eles fizeram a mim/nós” e infortúnios em si mesmo, cria e perpetua o sofrimento.

Essa é uma das razões que o Buddha-Dhamma vê para além do karma, no nível mais fundamental de paticca-samuppada (co-originação dependente) e de sunnata (vazio de auto existência inerente). Essas realizações ultrapassam, mas não negam, o nível convencional de pessoas, atores e vítimas. Elas nos garantem um modo de sair da vitimização e da culpa removendo a base para todas as formas de desejo, aversão e ilusão.

Vocês sabiam que o Buddha mencionou um “karma que vai para além de todo karma”? O karma comum é dito em termos de bom, mau ou misto. Mas então existe o karma transcendente do nobre caminho óctuplo. 


Por que se preocupar com esta conversa de Karma?

É crucial, aqui, se perguntar qual o propósito destas reflexões. Se os buddhistas tentam compreender o sentido dessas tragédias para seu próprio conforto mental e empregam os ensinamentos do karma e outros para esse objetivo, eles não devem esquecer a sua motivação. Não existe nada de errado em querer compreender o sentido do que aconteceu, mas devemos estar atentos ao fato de que nosso “sentido” pode não combinar com o de outros. Mantenham essas reflexões para vocês mesmos e para outros buddhistas. De outra maneira, as próprias reflexões se tornam mau karma.

Se o nosso objetivo é participar do discurso social coletivo sobre o que aconteceu e quais as respostas que devemos dar, os meios hábeis seriam o de usar conceitos e linguagem que os não-buddhistas possam entender. “Karma” é um grande mal-entendido na cultura hegemônica, inclusive no Buddhismo hegemônico. Ao promover este termo nos arriscamos a remexer nesses mal-entendidos e carregar a discussão com confusões desnecessárias. Que termos e conceitos seriam úteis para uma abordagem buddhista? Isso requer outra questão, que abordagens são úteis nesta situação?

O propósito das perspectivas relacionadas ao karma é permitir uma visão moral de mundo (elas são “verdadeiras” mais de um modo convencional do que do ponto de vista da verdade última). Ações são executadas por “atores” que escolhem como agir de acordo com suas motivações. Dessa maneira, existe uma responsabilidade moral, assim como consequências, pelas nossas ações, ou seja: escolhas. O Buddha falou acerca desta causalidade moral em termos amplos. Ele não a analisou da mesma maneira precisa como fez em relação à paticca-samuppada e essas perspectivas objetivavam levar a um insight mais profundo. Seu objetivo, parece-me, era garantir um fundamento moral e uma visão de mundo como bases para a paz social, para a criação das crianças, para a formação do caráter e para a prática pessoal do Dhamma. Espremê-la para elaborar teorias sobre o karma e levantar pretensões de verdade acerca dos processos do universo pode ser um erro.

Mesmo que faça sucesso entre os convertidos, torna-se, ao mesmo tempo, uma crença que isola e separa os budistas desnecessariamente daqueles que têm noções teísticas de causalidade e da causalidade científica da maioria da sociedade ocidental de hoje.

Um nível no qual o discurso acerca do karma pode ser útil é quando nos perguntamos: que ações nossas facilitaram o que ocorreu? Mesmo que não sejamos diretamente responsáveis, muitos de nós se envolvem conscientemente com o sistema político, econômico e de transporte que facilitaram – não causaram – esta tragédia. Se nós nos beneficiamos do padrão americano de vida, então nos beneficiamos do poder financeiro de Wall Street. Se voamos em aviões, estamos envolvidos. Se dirigimos ou corremos em carros, estamos envolvidos. Este envolvimento não significa culpa. Significa que temos a oportunidade de refletir sobre nosso envolvimento pessoal nos complexos sistemas que estão implicados numa horrível tragédia e que devem ter conexões persistentes com outras instâncias de morte e destruição. 

Outro nível é o do envolvimento coletivo e da responsabilidade indireta, um tanto distantes das causas diretas. Isto poderia nos ajudar a ver a importância das estruturas sociais coletivas, especialmente agora que o mundo, para os norte-americanos, não é mais seguro e prazeroso com um dia pareceu ser. Estamos preparados para observar de maneira mais cuidadosa nosso comportamento coletivo nacional?

Sinto que seria melhor falar disso em termos de causalidade, escolhas conscientes, responsabilidades diretas e indiretas, responsabilidade coletiva e individual e outros termos que usei aqui. Se quiserem falar em termos de “karma”, por favor, preparem-se para longas e complexas explicações que não trarão benefícios para ninguém.

 Quinta-feira, 11 de outubro de 2001


Santikaro nasceu em Chicago, EUA. Após formar-se em retórica na faculdade, viajou a Thailândia como parte do Peace Corps trabalhando como professor e inglês. Lá, encontrou o Buddhismo e assumiu os votos de monge Theravada em 1985.

Por muitos anos serviu como tradutor e líder de retiro do Wat Suan Mokkh para o famoso monge thailandês, Ajahn Buddhadasa, cuja obra inspirou toda uma geração de indivíduos socialmente engajados, tanto na Tailândia quanto ao redor do mundo. Foi, por anos, abade do Suan Atammayatarama, um anexo de Suan Mokkh dedicado ao treinamento de monges estrangeiros.

Santikaro tem traduzido a obra de Buddhadasa para o inglês desde então. Ele é o fundador do Thinking Sangha, uma comunidade de pensadores buddhistas socialmente engajados, ligados com ensinamentos sobre a paz e a ética para o mundo contemporâneo. De volta aos EUA em 2001, fundou o Liberation Park, em Oak Park, Illinois, uma comunidade para o estudo e a prática do Dhamma, na trilha dos ensinamentos de Ajahn Buddhadasa.


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