A VIDA COMO
UMA ONDA
Rev. Gyokei Yokoyama
Algumas vezes por semana, ando pela
praia perto do templo e vejo as ondas irem e virem, aparecerem e desaparecerem.
Somos muito parecidos com essas ondas aparecendo e desaparecendo: ondas
grandes, ondas pequenas, ondas que chegam até a praia, ondas que se chocam
contra as rochas. Algumas vão embora rapidamente, outras, demoram um pouco mais
antes de retornarem de onde vieram. Se nos compararmos as ondas, estamos sempre
procurando ser uma onda melhor, tentamos aparecer em um lugar melhor ou
tentamos permanecer por mais tempo. Mas realmente não sabemos quem realmente
somos.
As ondas no oceano realmente saberiam o
que são quando percebem que não são outra que não o próprio oceano, onde todas
as ondas estão interconectadas além de suas formas. A aparência e o desaparecimento
das ondas não são mais um problema quando percebemos o “eu” original. Essa
percepção nos mantém profundamente conectados à fonte de onde viemos. Isso está
além das palavras, dos nossos pensamentos ou até da nossa consciência. Assim, nos
sentamos. Essa pequena onda que chamamos de “eu” deixa de ter importância
quando o sentimento maior do “eu” prevalece e libera nossa mente confinada das
visões dualísticas e discriminatórias. É quando você não se incomoda mais com a
noção de nós contra eles, da vida contra a morte, do certo contra o errado.
Você simplesmente se torna o oceano.
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